Rascunhar-me no vão do
entre vida e morte. Sou eu, mesmo após devaneios confusos e coesos. Resolvo rascunhar esse início neste breve ensaio. Este texto inaugura esta página. Este lugar não me soa virtual, embora esteja inscrito no vão digital do mundo. Ele ainda preserva em si a natureza viva da minha escritura.
Meu costume de ler pessoas despeja sobre minhas folhas em branco, uma escrita viva e constante. Mesmo o tempo sendo escasso para o exercício dessa liberdade tão restrita, escrever me parece uma atuação insana e libertária. Escrever é o literário ato das minhas opiniões sem pauta. Reflito, breve, sobre como meu tempo anda escasso para leituras de livros importantes. Confesso que deveria ler mais os livros clássicos. Eu deveria ler um a um, inclusive em traduções diversas. Leria até em seus idiomas originais, fosse eu uma capacitada para tal. Utopia ansiosa e pós-moderna essa minha, utópico desejo. Todavia percebo que tenho alguns deveres em relação ao que me proponho nesse espaço:
Ser original Em poucas Palavras Prender o leitor parece ser uma tendência almejada por esse tipo de mídia.
Constatado primeiro paradigma moderno e interior:
Ser lida
digerida lentamente
como algo denso
pouco digesto.
Tarefa de poetas, essa provocação rápida de digestão lenta.
Queria alcançar instintos e insultar demônios com sílabas picantes; não virar refém do mesmo vocabulário. Mas confesso que muitas vezes a pós- modernidade causa-me um torpor refratário. Em tantos fragmentos de coisas e gentes, me perco em meio a essa engrenagem.
Sumo.
Consumo.
Sou como insumo de um Vagalume no escuro.
Ainda assim não me perco.
Nenhum poeta perece se ainda lhe resta uma única palavra.
Mas eu quase me esqueço da vogal e da consoante escassa e arbitrária enquanto o mundo virtual rouba também as letras dos meios das palavras. Finjo que não sofro desse vácuo no vocábulo. Minha alma fica com a respiração entrecortada por uma pausa tola. Paro de respirar. Por isso estou aqui: -Preciso desses ensaios como preciso de ar.
Bárbara Trelha
O que é o fazer arte se não essa necessidade de expressar o que está lá inquieto? As vezes incomodando, as vezes escondido lá no fundo e outras passivo ali no cantinho. Faça arte pequena, faça arte grande. Faça arte para que a loucura desse nosso dia-a-dia vire alegria e transborde para transformar a escuridão dos rabugentos e mau humorados em luz.
Super beijos e parabéns pelo espaço!
Ficou lindo!
Renovar – se pela escrita e escrever – se nas palavras é uma atividade libertadora e torturante. Considerando esse fato desejo – te louros e dores benéficas no escrever – se é dividir – se. Compartilho da sua vontade de preencher-me de clássicos em todas as suas formas e traduções e também reconheço – me incompetente. Talvez essa seja uma dificuldade compartilhada por escritores e aspirantes que visam únicamente embeber – se de poesía e poeticidade buscando suportar mais facilidade os excessos do mundo. Quem sabe um dia pinguim. Quem sabe um dia. Adorei o texto. Acompanhar-te -ei. Dívida-se.
Essa Bárbara escreve bem heim
Esse Marcos também. Saudade das tuas andanças literárias sob meus olhos inquietos e curiosidade aguçada!
Bah, literalmente Bah..,
Bah, guria, mas esse trem ficou danádilindo!
Sobre esse torpor pós-moderno que falastes aí: eu te entendo migaaaa!!!